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Mostrando postagens com marcador Marla de Queiroz. Mostrar todas as postagens
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segunda-feira, 13 de março de 2017

Nasci para ser gente.


Não nasci para ser adequada, coerente, adorável. Nasci para ser gente. Para sentir de verdade. Tenho vocação para transparências e não preciso ser interessante o tempo todo. Por isso, não espere que eu supere as suas expectativas: às vezes, nem eu supero as minhas.

( Marla de Queiroz )

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Este coração foi tudo que restou


Então, tá tudo aí: 

um coração restou acelerado e desobediente, desaforado, inconveniente. Não se pode sistematizar sentimentos ou banalizar emoções: nele tudo está em sintonia com a hipérbole maciça e, para qualquer paixão inclemente, ele não sente a menor preguiça: se enrosca no osso da emoção, rói a carne, range os dentes, urra noturna e diariamente. 
Este coração está desgovernado, não se pode negociar um trecho de cuidado, uma brecha de precaução. 
Tudo o que ele abraça é barulho, imagem turva, ventania, comoção. Tá tudo aí: o ruído que você deixou e um resto de trecos atirados pelo chão. 
Tudo que as tempestades derrubaram ele abrigou. 
Veja quanto entulho, quantas verdades distorcidas, quanta indecisão. Então, tá tudo aí: um coração desatinado, indisciplinado, indiscreto, indócil, indecente. 
Tá enchendo o peito de velharia, entupindo a aorta de putaria, derramando pra tudo que é lado sarcasmo e rancor. 
Este coração foi tudo que restou: equivocado, anda chamando desilusão de amor. 

( Marla de Queiroz )


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Dias cinzentos


Já vi borboletas voarem 
faltando um pedaço da asa 
e rosas incríveis 
desabrocharem 
num copo com água. 
E é disso que me nutro 
pra acreditar que
a meteorologia 
nem sempre está certa 
e que dias cinzentos 
podem ser prefácios 
de noites com Sol.

( Marla de Queiroz )


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Mudanças


Sigo pelos caminhos que a vida teceu: com todas as mudanças bruscas, algumas coisas sobreviveram, mas algo em mim morreu.

Levo o amor por tudo, sempre.
Uma esperança entusiasmada.
A gratidão que me acompanha.
E um desajeito de dizer adeus.

( Marla de Queiroz )