Ela, a mulher das reticências...
Dizem os dicionários que: "Reticências são sinônimo de omissão, supressão de algo que deveria ter sido dito, mas que foi omitido; ou indicam uma ideia que não foi concluída".
Ela discordava totalmente dessa definição, em sua opinião, o uso das reticências seguia o fluxo da lei do "livre arbítrio poético", aquele que permite com que os amantes das palavras, possam perder-se em seus devaneios por simples e mera liberdade de escolha.
Ela via as reticências como uma forma de expressar seu excesso de emoções, que por serem tão imensuráveis, muitas vezes, parecia não haver palavras para expressá-las ou para demonstrar sua intensidade, e nessa hora... as reticências entravam em cena, elas se faziam necessárias...
As reticências eram, nada mais , nada menos, do que uma tentativa de demonstrar que havia muito mais naquelas palavras do que os olhos podiam captar, elas eram a forma com a qual o coração dela sinalizava quando estava transbordando de emoções, fossem elas boas ou ruins, eram suas emoções... sempre em desalinho.
Pra ela, enquanto existissem reticências, ainda haveria a esperança no que viria depois, porque elas tinham o "perfume da continuidade ", elas exalavam a essência da emoção intensa e sem fim.
Se pudesse se descrever em forma de pontuação, ela seria "toda... reticências", porque suas emoções eram assim... intermináveis...ilimitadas... infinitas... contínuas...
(BVieira)